segunda-feira, 16 de maio de 2011

Poesia

Insônia

Ao longe um cão branquíssimo latindo
Divide a noite em duas.
Se aquele cão fosse negro
Talvez que eu pudesse dormir.

Pressinto uma bomba atômica
Adormecida num bosque.

Vivo ou morto estarei, inculpe ou réu?
Visito-me ao espelho: sem algemas.
Munido de passaporte para este mundo, ou não?

Murilo Mendes
(1901-1975)
(Poemblog)

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