Não é necessário defender a Prostituição para que apoiemos a regularização da profissão.
Por Verinha Dias
Existe uma grande discussão sobre a regularização prostituição como profissão, recentemente o deputado Jean Wyllys levantou esta discussão quando protocolou o projeto de lei Gabriela Leite, em homenagem à fundadora da Daspu e presidente da ONG da Vida, que visa regularizar a profissão das prostitutas. O deputado acredita que uma vez aprovada, a lei irá ajudar a evitar a exploração sexual e irá garantir direitos trabalhistas e acesso a políticas públicas pelas prostitutas.
Regularizar a prostituição resolve todos os problemas advindos desta atividade?Não resolve. Podemos continuar fazendo a critica de que a maioria das mulheres que se prostituem fazem isso por impossibilidade de rumar a outra direção, que se o governo desse a elas estrutura e igualdade de direitos, elas poderiam seguir por outro caminho.
Mesmo aquelas que , segundo argumentação que já ouvi e sim concordo deve existir, se prostituem por que gostam, independente disso, todas devem ter a opção de estudar, ter formação acadêmica e escolher que área atuar, gostar de sexo não quer dizer ter prazer em se prostituir. Com opção nas mãos a mulher pode simplesmente exercer sua liberdade sexual sem precisar ter seu corpo feito produto.
Mas a prostituição existe, sabemos que ela existe, todas estas mulheres são exploradas por agenciadores (vulgo cafetão). Na impossibilidade imediata de resolver os problemas que levam a mulher a prostituir se, que regularizem a situação profissional delas, dando carteira assinada, vale alimentação, férias,licença maternidade... Ou alguém aqui é favor que uma moça que se prostitua:
- Tenha que voltar imediatamente após o parto para o trabalho, deixando o filho recém nascido sem cuidados maternos?
- Alguém acha que elas não merecem férias remuneradas?
- Não merecem ter garantido o dinheiro da condução e alimentação?
- Plano de previdência?
O que precisamos ter em mente é que uma coisa é não acreditar que esta seja uma solução, e não é! É tão paliativo quanto cotas em universidade e bolsa familia, mas é um paliativo necessário.
- A discriminação do negro não acabará do dia para noite se retirarmos as cotas;
- A pobreza não se erradicará se extinguirem o bolsa familia;
- A prostituição não desaparecerá se formos contra regularização da profissão das prostitutas;
- Mulheres não deixarão de abortar se formos contra a legalização do aborto.
Então o que posso sugerir: Se você não se beneficia deste apoio e de leis que facilitam a vida do oprimido, não seja contra, deixe quem precisa se beneficiar. Dê APOIO CRITICO, dizendo: "Olha isso pode de alguma forma dar suporte aos oprimidos,mas não resolve o problema da opressão." Mas... não levante a bandeira do contra.
(Centro do socialismo)
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