quarta-feira, 18 de maio de 2011

Obama

Um Nobel sem escrúpulos




Internacional

Atilio A. Boron
Ter, 03 de Maio de 2011 11:45
Osama Bin Laden
Um Nobel sem escrúpulos
Atilio A. Boron
Na truculenta operação encenada nos arredores de Islamabad há múltiplas interrogações que permanecem na sombra, e a tendência do governo dos Estados Unidos a desinformar a opinião pública torna ainda mais suspeito esta operação. Uma Casa Branca vítima de uma doentia compulsão de mentir (recordar a historieta das "armas de destruição em massa" existentes no Iraque, ou o infame Informe Warren, que sentenciou que não houve conspiração no assassinato de Kennedy, obra do "lobo solitário" Lee Harvey Oswald ) nos obriga a catar com pinças cada uma de suas afirmações. Era Bin Laden ou não? Por que não pensar que a vítima pudesse ser qualquer outro? Onde estão as fotos, as provas de que o falecido era o procurado? Se se lhe fez uma prova de DNA, como se obteve, onde estão os resultados e quais foram as testemunhas? Por que não se o apresentou diante da consideração pública, como se fez, sem ir mais longe, com os restos do comandante Ernesto "Che" Guevara? Se, como se assegura, Osama se ocultava em uma mansão convertida em uma verdadeira fortaleza, como é possível que, em um combate que se estendeu pelo espaço de quarenta minutos, os integrantes do comando estadunidense regressassem a sua base sem receber sequer um arranhão? Tão pouca pontaria teriam os defensores do fugitivo mais procurado do mundo, dos quais se dizia que possuiam um arsenal de mortíferas armas de última geração? Quem estava com ele? Segundo a Casa Branca, o comando matou Bin Laden, seu filho, outros dois homens de sua custódia e uma mulher que, asseguram, foi ultimada ao ser utilizada como um escudo humano por um dos terroristas. Também se disse que mais duas pessoas ficaram feridas no combate. Onde estão, que se vai fazer com elas? Serão levadas a julgamento, se lhes tomaram declarações para arrojar luz sobre o ocorrido, falarão em uma conferência de imprensa para narrar o acontecido? Pelo que parece, esta "façanha" passará à história como uma operação mafiosa, ao estilo da matança de San Valentín ordenada por Al Capone para liquidar os capos da banda rival.
Osama vivo era um perigo. Sabia (ou sabe?) demais, e é razoável supor que a última coisa que o governo estadunidense queria era levá-lo a julgamento e deixá-lo falar. Em tal caso, se desataria um escândalo de enormes proporções ao revelar as conexões com a CIA, os armamentos e o dinheiro supridos pela Casa Branca, as operações ilegais montadas por Washington, os obscuros negócios de sua família com o lobby petroleiro estadunidense e, muito especialmente, com a família Bush, entre outras ninharias. Em suma, um testemunho ao que havia que calar de um jeito ou de outro, como Muammar Kadafi. O problema é que já morto Osama se converte para os jihadistas islâmicos em um mártir da causa, e o desejo de vingança seguramente estimulará as muitas células adormecidas da Al-Qaida a perpetrar novas atrocidades para vingar a morte de seu líder.
Tampouco deixa de chamar atenção o quão oportuna foi a morte de Bin Laden. Quando o incêndio da pradaria ressecada do mundo árabe desestabiliza uma área de crucial importância para a estratégia de dominação imperial, a notícia do assassinato de Bin Laden reinstala a Al-Qaida no centro do cenário. Se há algo que a esta altura é uma verdade incontrovertível é que essas revoltas não respondem a nenhuma motivação religiosa. Suas causas, seus sujeitos e suas formas de luta são eminentemente seculares e em nenhuma delas - desde Tunez até o Egito, passando pela Líbia, Bahrein, Yemen, Síria e Jordânia - o protagonismo recaiu sobre a Irmandade Muçulmana ou a Al-Qaida. O problema é o capitalismo e os devastadores efeitos das políticas neoliberais e dos regimes despóticos que se instalaram nesses países e não as heresias dos "infiéis" do Ocidente. Mas o imperialismo estadunidense e seus sequazes na Europa se desdobraram, desde o princípio, para fazer aparecer essas revoltas como produto da malícia do radicalismo islâmico e da Al-Qaida, coisa que não procede. Santiago Alba Rico observou com razão que em pleno auge desses protestos seculares - antipolíticas de ajuste do FMI e do Banco Mundial - um grupo fundamentalista desconhecido até então assassinou o cooperante italiano Vittorio Arrigoni, ativista do Movimento de Solidaridade Internacional, em uma casa abandonada na Faixa de Gaza. Poucas semanas depois, um terrorista suicida explode uma bomba na praça Yemaa el Fna, um dos destinos turísticos mais notáveis em sólo do Marrocos senão de toda a África, e mata ao menos 14 pessoas. "Agora – continua Alba Rico - reaparece Bin Laden, não vivo e ameaçador, senão que em toda a glória de um martírio adiado, estudado, cuidadosamente encenado, um pouco inverossímil. 'Se fez justiça', diz Obama, mas a justiça reclama tribunais e juízes, procedimentos formalizados, uma sentença independente. "Nada disso ocorreu, nem ocorrerá". Mas o fundamentalismo islâmico, ausente como protagonista das grandes mobilizações do mundo árabe, aparece agora na primeira página de todos os jornais do mundo e seu líder como um mártir do Islã assassinado a sangue frio pela soldadesca do líder do Ocidente, a Casa Branca, que sabia desde meados de fevereiro deste ano que nessa fortaleza nas redondezas de Islamabad se refugiava Bin Laden, esperou o momento oportuno para lançar seu ataque com vistas a colocar favoravelmente Barack Obama na iminente campanha eleitoral pela sucessão presidencial.
Há um detalhe em nada anedótico que torna ainda mais imoral a bravata estadunidense: poucas horas depois de ser abatido, o cadáver do presumido Bin Laden foi lançado ao mar. A mentirosa declaração da Casa Branca diz que seus restos receberam sepultura respeitando as tradições e os ritos islâmicos, mas não foi assim. Os ritos fúnebres do Islã estabelecem que se deve lavar o cadáver, vesti-lo com uma mortalha, proceder a uma cerimônia religiosa que inclui orações e honras fúnebres para logo em seguida proceder ao enterro do defunto. Além disso, se especifica que o cadáver deve ser depositado diretamente na terra, recostado sobre seu lado direito e com a cara dirigida para a Meca. Com que celeridade tiveram que fazer o combate, a recuperação do cadáver, sua identificação, a obtenção do DNA, o traslado a um navio da Armada estadunidense, situado a pouco mais de 600 quilômetros do subúrbio de Islamabad onde se produziu o enfrentamento e, finalmente, navegar até o ponto onde o cadáver foi lançado ao mar como para respeitar os ritos fúnebres do Islã? Na realidade, o que se fez foi abater e "desaparecer" com uma pessoa, presumidamente Bin Laden, seguindo uma prática sinistra utilizada sobretudo pela ditadura genocida que assolou a Argentina entre 1976 e 1983. Ato imoral que não só ofende as crenças muçulmanas senão que também a uma milenar tradição cultural do Ocidente, anterior inclusive ao cristianismo. Como o atesta magistralmente Sófocles em Antígona, privar um defunto de sua sepultura acende as mais recôndidas paixões. Essas que hoje devem estar incendiando as células do fundamentalismo islâmico, desejosas de dar uma lição aos infiéis que ultrajaram o corpo e a memória de seu líder. Barack Obama acaba de dizer que depois da morte de Osama Bin Laden o mundo é um lugar mais seguro para se viver. Equivoca-se de ponta a ponta. Provavelmente, sua ação não fez senão despertar um monstro que estava adormecido. O tempo dirá se é assim ou não, mas sobram razões para se ficar muito preocupado.
Atilio Boron é diretor do Programa Latino-americano de Educação à Distância em Ciências Sociais (PLED), Buenos Aires, Argentina, http://www.atilioboron.com
Tradução: Sergio Granja
Revisão Silvia Mundstock

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Obama anuncia morte de Bin Laden
Washington, 2 mai. (Prensa Latina) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou que o líder da rede Al Qaeda, Osama Bin Laden, foi morto por militares estadunidenses durante um operativo realizado no Paquistão.
Em uma mensagem à nação transmitida ao vivo da Casa Branca pouco antes da meia-noite do domingo, o presidente afirmou que o cadáver de Bin Laden está sob a custódia dos Estados Unidos.
Obama assegurou que nenhum dos militares estadunidenses resultou ferido no tiroteio que acabou com a vida daquele que tinha se convertido em um dos homens mais procurados do mundo desde que fora vinculado com o ataque do 11 de setembro de 2001 contra as Torres Gêmeas de Nova Iorque.
Bin Laden, aparentado com a família real saudita, foi um aliado dos Estados Unidos, apoiado pela Agência Central de Inteligência (CIA), durante a guerra que livrou o movimento Talibão nos anos 80 do século passado contra a presença soviética no Afeganistão.

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Paquistão confirma morte de Bin Laden
Islamabade, 2 mai. (Prensa Latina) - O governo do Paquistão confirmou hoje a morte do líder da rede Al Qaeda, Osama Bin Laden, em uma operação realizada por militares estadunidenses a menos de cem de quilômetros desta capital.
A chancelaria local afirmou em uma declaração emitida nesta segunda-feira que o operativo em Abbottabad, cidade localizada a uns 60 quilômetros de Islamabad, foi levado a cabo de acordo com a política declarada por Washington de que Bin Laden devia ser eliminado pelo Exército norte-americano em qualquer lugar em que se encontrasse.
Depois de qualificar a morte de um dos homens mais procurados do mundo como um sério revés para as organizações terroristas no mundo, o texto aponta que o presidente paquistanês, Asif Alí Zardari, foi avisado por via telefônica pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre a morte de Bin Laden.
De acordo com a chancelaria, o fato reafirma também a vontade do Paquistão, cujos serviços de inteligência foram acusados em mais de uma ocasião de estarem em contato com os rebeldes afegãos, de lutar contra o terrorismo.
Temos estabelecido sistemas extremamente efetivos para compartilhar informações de inteligência com outras agências do mundo, incluída a dos Estados Unidos. Continuaremos apoiando os esforços internacionais contra o terrorismo, agrega a nota da chancelaria.
Pelo conteúdo do comunicado descarta-se, no entanto, que os militares paquistaneses tenham participado do operativo que segundo Obama ocorreu ontem em Abbottabad.
Pouco depois da morte de Bin Laden ser anunciada publicamente , o presidente Zardari reuniu-se com o Premiê, Yousuf Raza Gilani, e com o alto comando do Exército, mas até o momento não foram divulgados detalhes do que foi abordado no encontro.

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Paquistão: Matam policiais e incendeiam 14 caminhões da OTAN
Islamabad, 2 mai. (Prensa Latina) - Quatro policiais morreram e 14 caminhões-tanques com combustível para as tropas da OTAN instaladas no Afeganistão foram destruídos em dois ataques perpetrados por desconhecidos armados no noroeste do Paquistão.
De acordo com a emissora privada Geo News, o incidente mais grave ocorreu ontem à noite nos arredores de Pindi Gheb, a cerca de 60 quilômetros de Islamabad, onde supostos membros do movimento Talibã paquistanês abriram fogo contra os veículos detidos em frente a um restaurante e incendiaram 10 deles.
Antes de abandonar o lugar, os atacantes dispararam contra um posto policial próximo, com saldo de três agentes e um subinspetor mortos.
Outros seis policiais ficaram feridos na ação rebelde, agregou a emissora de televisão.
Enquanto testemunhas citadas pela própria Geo News disseram que outros quatro caminhões-tanques a serviço da OTAN foram incendiados em Dhok Patha, uma localidade que assim como Pindi Gheb pertence à província central de Punjab.
Pelas estradas paquistanesas transita quase a metade dos fornecimentos destinados aos 140 mil soldados que a Organização do Tratado do Atlântico Norte mantém instalados no Afeganistão.
Os fornecimentos entram no Paquistão pelo sul porto de Karachi e depois são transportados para o país vizinho através do Passo de Khyber, no noroeste, ou pelo posto fronteiriço de Baluchistão, no sudoeste.
De acordo com cifras extraoficiais, a OTAN perdeu mais de 200 caminhões no ano passado dentro do Paquistão, como resultado de ataques perpetrados por insurgentes armados, os quais vinculam ao movimento Talibã afegão e à rede Al Qaeda.
Neste ano, quase 100 veículos com combustível ou outros carregamentos para as tropas estrangeiras foram atacados e destruídos enquanto passavam pelo Paquistão.

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Grupo Talibã paquistanês promete vingar morte de Bin Laden
Islamabad, 2 mai. (Prensa Latina) - A organização insurgente Tehrik-i-Taliban Pakistan (TTP) prometeu hoje realizar ataques no país islâmico e nos Estados Unidos para vingar a morte do líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden.
Se (Bin Laden) atingiu o martirológio, vingaremos sua morte e atacaremos os governos do Paquistão e dos Estados Unidos e suas forças de segurança, anunciou o porta-voz dos rebeldes, Ehsanullah Ehsan, em uma chamada telefônica a vários meios locais de imprensa.
O porta-voz do TTP dirigiu suas ameaças em primeiro lugar contra o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, e ao alto comando do Exército local.
Os Estados Unidos serão nosso segundo objetivo, agregou.
A morte de Bin Laden, cuja organização Al Qaeda se diz que mantém vínculos estreitos com o movimento talibã paquistanês, foi anunciada pouco antes da meia-noite do domingo pelo presidente estadunidense Barack Obama.
De acordo com o presidente, o homem mais procurado do mundo, desde que foi vinculado aos ataques do 11 de setembro de 2001 contra as Torres Gêmeas de Nova Iorque, foi abatido por um comando estadunidense em uma residência do povo de Abbottabad, a cerca de 60 quilômetros de Islamabad.
Em sua inesperada mensagem à nação, feita da Casa Branca, Obama disse que tinha telefonado para Zardari pouco depois de se confirmar o assassinato de Bin Laden.
O chefe de estado paquistanês admitiu mais tarde em Islamabad que desconhecia até que ponto seus serviços de inteligência cooperaram com os estadunidenses para levar a cabo o operativo militar, e se limitou a qualificá-lo de uma grande vitória.

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Índia critica Paquistão após morte de Bin Laden
Nova Déli, 2 mai. (Prensa Latina) - A Índia ressaltou hoje que a morte do líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden, por mãos de militares estadunidenses no Paquistão corrobora suas denúncias de que o país vizinho serve de refúgio a terroristas.
Escutamos com grande preocupação a parte da declaração na qual o presidente Barack Obama afirmou que o tiroteio que acabou com a vida de Bin Laden ocorreu em Abbotabad, dentro do Paquistão, afirmou o ministro do Interior, P. Chidambaram, na primeira reação das autoridades indianas ao anúncio do presidente estadunidense.
Segundo o servidor público indiano, esse fato confirma as denuncias indianas de que terroristas de diferentes organizações se escondem no Paquistão.
Chidambaram mencionou em particular os responsáveis pelos ataques de novembro de 2008 contra a cidade de Mumbai.
Achamos que os autores intelectuais do ataque de Mumbai seguem escondidos no Paquistão, afirmou o ministro, que exortou uma vez mais Islamabade a prender essas pessoas, cujos nomes, disse, foram-lhe entregues pelas autoridades indianas.
Os ataques do dia 26 de novembro de 2008 contra o coração financeiro da Índia, além de causar 166 mortos e mais de 300 feridos, levaram ao fracasso o diálogo de paz iniciado quatro anos antes pelas duas potências nucleares.
Em fevereiro passado começou uma nova aproximação entre Nova Déli e Islamabade, mas o tema do terrorismo e a disputa pelo território fronteiriço da Caxemira seguem sendo os dois principais obstáculos para uma eventual distensão entre os dois países que se enfrentaram em três guerras desde a partição do subcontinente em 1947.

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Alerta na Caxemira indiana por morte de Bin Laden
Nova Déli, 2 mai. (Prensa Latina) - O Exército e a Polícia do território de Caxemira controlado pela Índia foram colocados em alerta hoje, após o anúncio de que o líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden, foi morto por um comando estadunidense no Paquistão.
De acordo com a agência local IANS, que citou fontes oficiais anônimas, a ordem foi dada pelos altos comandos de ambas as instituições, apesar de que até o momento não se reportaram protestos.
Nenhum dos líderes políticos dessa conturbada região do norte da Índia se pronunciou sobre o anúncio feito pelo presidente Barack Obama, de que um comando estadunidense executou ontem à noite Bin Laden durante um operativo dentro do território paquistanês.
É necessário estarmos atentos à situação, assegurou a fonte, depois de apontar que tudo dependerá do que ocorra no Paquistão, que controla uma parte Caxemira, e, da mesma forma que a Índia, reivindica o restante.
A velha disputa fronteiriça foi o centro de duas das três guerras nas quais se enfrentaram ambos os países vizinhos desde a partição do subcontinente em 1947.
Na Caxemira indiana, única região de maioria muçulmana do país sul-asiático, existe também um forte movimento separatista que segundo Nova Déli é apoiado pelo Paquistão.
A primeira reação do governo indiano à morte de Bin Laden foi precisamente para apontar que o país se converteu em um refúgio de terroristas.
Escutamos com grande preocupação a parte da declaração na qual o presidente Barack Obama disse que o tiroteio que acabou com a vida de Bin Laden ocorreu em Abbotabad, dentro do Paquistão, afirmou o ministro índio do Interior, P. Chidambaram.
Segundo o funcionário do governo, esse fato confirma as denúncias indianas de que terroristas de diferentes organizações se ocultam no Paquistão.

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Paranoia europeia depois de anunciada morte de Bin Laden
Bruxelas, 2 mai. (Prensa Latina) - A anunciada morte do líder da rede Al Qaeda, Osama Bin Laden, por parte de tropas estadunidenses desatou hoje o medo na Europa a eventuais ataques terroristas.
A manifestada alegria que a morte provocou no seio da União Europeia (UE) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) contrasta com o temor às represálias.
A Bélgica decretou alerta especial para seus serviços de segurança ante a possibilidade de que seguidores de Bin Laden tentem alguma ação contra as sedes da UE e da OTAN.
André Vandoren, diretor do órgão de coordenação de ameaças do país, disse à imprensa local que não se podem descartar represálias e advertiu que o Governo poderia aumentar oficialmente o nível de ameaça.
O servidor público explicou que o alerta responde também ao atentado ocorrido na semana passada no Marrocos e à recente detenção na Alemanha de três supostos membros da Al Qaeda.
Por outro lado, Rob Wainwright, diretor de Europol (Escritório Policial Europeu), comentou à imprensa creditada que "cabe esperar uma ação de resposta em curto prazo".
Wainwright referiu-se a um natural instinto de vingança que poderia desencadear o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre a morte de Bin Laden durante um tiroteio no Paquistão.
Coincidindo com as advertências lançadas nesta segunda-feira pelo Governo de Washington, o diretor do Europol prognosticou que o desaparecimento de seu líder não tirará poder operativo da Al Qaeda.
Bin Laden foi um aliado dos Estados Unidos e nos anos 80 do século passado contou com o apoio da Agência Central de Inteligência (CIA) na guerra contra a presença soviética no Afeganistão.
Mas a Casa Branca responsabilizou-o pelos ataques perpetrados contra as Torres Gêmeas de Nova Iorque em setembro de 2001 e desde então converteu-se em um dos homens mais procurados do mundo.

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Ban Ki-moon destaca importância de morte de Bin Laden
Nações Unidas, 2 mai. (Prensa Latina) - O secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, declarou hoje que a morte de Osama Bin Laden por forças dos Estados Unidos marca uma meta na luta global contra o terrorismo.
Em uma declaração na sede da ONU em Nova Iorque, o máximo responsável pela organização mundial assinalou que os crimes da Al Qaeda afetaram a maioria dos continentes e provocaram tragédias e a perda de milhares de pessoas.
A ONU condena nos termos mais enérgicos o terrorismo em todas as suas formas, sem importar seus propósitos e onde queira que sejam cometidos, apontou.
Este é um dia para recordar as vítimas do terrorismo e suas famílias nos Estados Unidos e em todas as partes do mundo, destacou Ban Ki-moon ao reafirmar o empenho da ONU para encabeçar a luta contra esse mal junto a líderes mundiais.
Além disso, elogiou o trabalho e o compromisso de muitas pessoas no mundo que têm lutado para erradicar o terrorismo internacional.
A notícia sobre a morte de Bin Laden, ocorrida durante um ataque de comandos norte-americanos próximo à capital do Paquistão, foi difundida ontem à noite pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Nova Iorque, cidade sede da ONU e palco do atentado contra as Torres Gêmeas de Manhattan em setembro de 2001, está marcada hoje por um evidente reforço das medidas de segurança em prevenção de possíveis represálias da Al Qaeda, segundo informou-se.

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Segurança em embaixadas dos EUA e aliados é reforçada no Peru
Lima, 2 mai. (Prensa Latina) - A segurança das embaixadas dos Estados Unidos e vários de seus aliados foi reforçada preventivamente depois da morte de Osama Bin Laden, confirmou hoje o presidente do Peru, Alan Gracía.
García pôs em dúvida no entanto que o grupo Al Qaeda, que Bin Laden liderava, possa realizar ações aqui estendendo "sua mão assassina" a este país.
O governante celebrou o anúncio oficial norte-americano de ter matado Bin Laden, a quem chamou de "encarnação do crime, do mal e do ódio".
Por sua vez, o ministro do Interior, Miguel Hidalgo, disse ter se reunido, para tratar sobre o tema, com a embaixadora dos Estados Unidos, Rose Likins.
Acrescentou que as medidas de emergência foram adotadas ante a eventualidade de ações de resposta do grupo terrorista Al Qaeda que encabeçava Bin Laden.
Indicou que a segurança policial foi reforçada nas embaixadas dos Estados Unidos, França, Espanha, Grã-Bretanha e Israel, bem como outros pontos importantes.
O ministro agregou que o escritório local de integração com a Polícia Internacional (Interpol) se mantém alerta e com comunicações abertas com seus similares do exterior, por causa do anúncio dos Estados Unidos, de ter assassinado Bin Laden, um antigo agente de Washington.
Celebrou também que tenha sido abatido "o terrorista mais procurado do mundo".
O tema ocupou as capas dos jornais e espaços nobres de rádio e televisão, com diversos comentários sobre o acontecimento.
Entre esses comentários houve reflexões em torno da utilidade política da operação para a reeleição do presidente norte-americano Barack Obama.

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Ao menos 20 mortos por bombardeios no Afeganistão
Cabul, 3 mai. (Prensa Latina) - Uma parte da Organização do Tratado do Atlântico do Norte (OTAN) informou a morte de ao menos 20 pessoas após um bombardeio na província de Nuristão, a maioria civis, segundo denunciou a insurgência.
De acordo com o comando dessas forças ocupantes, as vítimas são "supostos talibãs", mas meios da insurgência desmentiram essa versão no site da Agência Kali Yuga.
Essa fonte acrescentou que os combates se intensificaram a partir de segunda-feira passada em outras regiões afegãs como Lashkargah, Khan e Sheen, Daykunde, Saripul, Chora, Siyad, Nad Ali e Helmand.
Em Lashkargah foi anunciada a morte de um soldado estadunidense não identificado, com a qual o número de militares mortos dessa nacionalidade chegou neste ano a 121 de um total de 161.
As informações do comando da OTAN não ofereceram detalhes do bombardeio mencionado nem sobre os combates, mas admitiu que existe um significativo aumento das ações da insurgência.
De acordo com as informações conhecidas nesta capital o número de militares, policiais e guardas de segurança que trabalham para empresas privadas chegou no último fim de semana a dez, além de quatro integrantes de grupos insurgentes.
Informações apontaram a destruição ao menos, de dois veículos blindados em Arghasan e um número indeterminado de baixas insurgentes e das tropas do governo de Hamid Karzai.

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Críticas na Alemanha pela morte de Bin Laden
Harald Neuber
Berlim, 3 mai. (Prensa Latina) - Representantes de partidos políticos e organizações não governamentais na Alemanha reagiram com críticas à morte de Osama Bin Laden.
Enquanto a chanceler federal alemã, Angela Merkel, felicitou o presidente estadunidense, Barack Obama, pela liquidação do chefe da organização terrorista Al Qaeda, outras vozes criticaram a ação militar.
Segundo o porta-voz para a política internacional do grupo parlamentar do partido socialista Die Linke (A Esquerda), Wolfgang Gehrcke, "deveria ter sido tarefa da polícia paquistanesa deter Bin Laden e extraditá-lo ao Tribunal Penal Internacional".
O parlamentar destacou que os Estados Unidos participaram na criação do direito internacional moderno após a derrota do fascismo alemão com a fundação do Tribunal de Nuremberg em 1945.
A luta contra o terrorismo nunca será exitosa através da guerra, mas somente baseada em uma ordem econômica mundial justa e um diálogo entre as culturas e religiões, resumiu Gehrcke.
Em um programa de televisão, o ex-chanceler alemão Helmut Schmidt também criticou a ação que ocasionou a morte de Bin Laden.
"Por um lado foi uma violação clara do direito internacional, por outro lado terá consequências não calculáveis no mundo árabe", disse o social-democrata de 92 anos.
Enquanto isso, o jornalista alemão e especialista nos países árabes e asiáticos Peter Scholl-Latour considerou a ação do comando militar na cidade de Abbottabad uma "violação da soberania paquistanesa".
Simultaneamente, as igrejas e o Movimento pela Paz recusaram as reações nos Estados Unidos após a morte de Bin Laden.
"Se funcionários de governos ocidentais celebram a morte de um ser humano, baixam-se ao mesmo nível dos terroristas que não têm respeito pela vida humana", comentou o Conselho Federal pela Paz, uma aliança de organizações pacifistas, nesta terça-feira na cidade alemã de Kassel.
Segundo seu porta-voz, Peter Strutynski, a guerra no Afeganistão já custou bem mais vidas que os ataques terroristas às torres gêmeas de Nova Iorque em 2001.
Por isso, os grupos do Movimento Alemão pela Paz continuam exigindo pôr fim à guerra no Afeganistão.
"Lamentavelmente, isso não foi parte do discurso governamental", agregou Strutynski em referência a uma coletiva de imprensa da chanceler Merkel nesta segunda-feira em Berlim.

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Osama morto, Obama sobe nas pesquisas
Washington, 4 mai. (Prensa Latina) - O nível de aprovação do presidente estadunidense, Barack Obama, registrou uma alta depois do anúncio da morte de Osama Bin Laden, mas existem dúvidas de que seja prolongada esta lua de mel.
Segundo os resultados de uma pesquisa divulgados hoje, 56% dos entrevistados expressaram que respaldam o desempenho de Obama como mandatário, um incremento de nove pontos percentuais com respeito às estatísticas de abril, assinalou a sondagem do Jornal The Washington Post e o Pew Research Center.
Este é o nível de apoio mais alto em uma pesquisa do jornal e da pesquisadora desde 2009, destaca a informação.
Os apoios mais significativos para o chefe da Casa Branca foram em assuntos de segurança. O 69% dos cidadãos apoia a forma como maneja as supostas ameaças de terrorismo, enquanto 60% está de acordo com a condução que dá ao conflito no Afeganistão.
No entanto, a pesquisa detectou que Obama só conta com 40% de aprovação quanto ao tema econômico, praticamente sem mudança em relação às pesquisas anteriores. E este, sublinha o rotativo, é o tópico mais importante no país.
Os analistas estimam que, com a morte de Bin Laden, o presidente Obama conseguiu oxigenar-se, algo que precisava ao estar encurralado pelas pressões da oposição republicana, pela queda da economia que não cessa e pela existência de mais de uma frente de guerra em atividade.
O professor da Universidade de Georgetown e especialista em eleições presidenciais Stephen Wayne advertiu que o terrorismo não é o tema principal da nação, mas a economia.
Se a morte de Bin Laden resultar em mais ataques contra os Estados Unidos, isso porá Obama no centro das atenções dos eleitores, assegurou.

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EUA revive debate sobre uso de tortura contra prisioneiros
Washington, 4 mai. (Prensa Latina) - O uso da tortura contra prisioneiros revive hoje nos Estados Unidos, há poucos dias de conhecer-se a morte de Osama Bin Laden, confirmam meios de difusão nacionais.
A tortura que imperou durante os anos do presidente George W. Bush (2001-2009) voltou ao centro da polêmica nacional, assinala nesta quarta-feira um artigo do jornal The New York Times.
"O ex-presidente (Bush) e muitos conservadores sustentaram durante anos que as técnicas de interrogatório com o uso da tortura era necessária para persuadir integrantes da Al Qaeda para que falassem", recorda o texto do diário.
Enquanto a emissora de televisão Fox News indica que se iniciou uma discussão no Congresso sobre se a intensificação das técnicas de interrogatório e o submarino (afogamento simulado) conduziram à descoberta e assassinato do dirigente terrorista.
Washington "utilizou duras técnicas para interrogar os suspeitos de terrorismo, mas pouco depois de assumir o cargo, o presidente estadunidense, Barack Obama, ordenou pôr fim à prática do submarino", aponta o canal televisivo.
Neste contexto, o ex-vice-presidente estadunidense Richard Cheney defendeu ontem pela enésima vez as torturas contra réus ao afirmar que quiçá permitiram a morte de Bin Laden.
Se essas tácticas tiveram sucesso em conseguir informação para encontrar o líder da Al Qaeda, então devem continuar sendo empregadas, manifestou o ex-vice-presidente em uma entrevista com a Fox News.
Esse programa de interrogatório melhorado permitiu os resultados que conduziram à captura do terrorista, reforçou.
No entanto, as declarações de Cheney foram desmentidas pela administração democrata.
Alguma informação provinha de indivíduos sob custodia, outras de fontes humanas no terreno, mas nenhuma foi fundamental senão em seu conjunto, comentou o assessor antiterrorista do Escritório Oval, John Brennan.
Cheney foi um enérgico defensor dos maltratos contra detentos na autoproclamada campanha contra o terrorismo, desatada depois dos ataques do 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque.
Entre as técnicas mais usadas durante a administração de George W. Bush pela Agência Central de Inteligência e pelo Pentágono esteve o afogamento simulado, conhecido como submarino.
Por tal motivo, vários agrupamentos defensores dos direitos humanos apresentaram demandas contra ambos políticos e o então secretário de Defesa, Donald Rumsfeld.

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Estátua da LiberdadeEx-interrogador estadunidense condena uso da tortura
Roberto Castellanos Fernandez
Washington, 5 mai. (PL) - Um ex-interrogador estadunidense no Iraque condenou hoje o uso da tortura para obter informação de prisioneiros ao mesmo tempo em que estimou que essas práticas impidiram capturar muito antes a Osama Bin Laden.
"Estou convencido de que o haveríamos encontrado (a Bin Laden) muito antes se não houvéssemos recorrido à torturas e aos maltratos", comentou Matthew Alexander, quie usou esse pseudônimo durante uma entrevista com a cadeia comunitária de rádio e televisão Democracy Now.
Esses métodos são imorais e violam as leis e a Constituição dos Estados Unidos, além de ser incompatíveis com os principios deste país, manifestou.
Para Alexander, o emprego de maus-tratos durante o governo de George W. Bush "frearam a procura de Osama Bin Laden e de muitos outros membros da Al Qaeda" e, pelo contrário, permitiram a essa agrupação captar mais membros.
Como exemplo, citou o caso de Sheikh al-Libi, considerado um mensageiro do líder da Al Qaeda , que foi detido e torturado em uma prisão secreta da Agência Central de Inteligência.
Al-Libi revelou o nome de Maulawi e o apresentou como um correio de Bin Laden, mas deppois da investigação nos demos conta de que esse homem não existía. Nos fez desperdiçar recursos e tempo em uma pista falsa, manifestou o ex-uniformizado.
Por outra parte, agregou, Khalid Sheikh Mohammed, um dos dirigentes da organização, por seu cargo, sim, devia conhecer o verdadeiro nome do correio, mas apesar das torturas nunca informou sobre isso.
Na opinião de Alexander, isso demonstra que as técnicas agressivas como o afogamento simulado, conhecido como submarino, não levam a obter uma informação confiável.
Muitos dos combatentes estrangeiros capturados no Iraque afirmaram que se somaram à luta em vingança pelas torturas cometidas pelo Pentágono na cárcere de Abu Ghraib e na base naval de Guantânamo, explicou Alexander.
Relatou que no Iraque participou em mais de 300 interrogatórios, muitos deles considerados de alto nível.
Mas minha experiência demonstra que as técnicas não coercitivas são extremamente mais eficazes, inclusive com os membros da Al Qaeda, sublinhou.

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Osana Bin ladenPaquiistão, entre Obama e Osama
Manuel Vazquez
Islamabade, 5 mai. (PL) - A morte de Osama Bin Laden deixou muito mal parado o Paquistão, cujas autoridades enfrentam hoje uma chuva de críticas, tanto pela presença do terrorista no país, como pela impunidade com que atuaram os Estados Unidos para ultimá-lo.
Os primeiros questionamentos são para os serviços de inteligência locais, por sua aparente incapacidade de detectar o homem mais procurado do mundo em uma mansão fortificada à distância de uma pedrada de uma importante academia militar.
O Exército tampouco escapa das observações, dada a indefensibilidade exibida frente à violação da soberanía e do espaço aéreo nacionais por parte dos helicópteros estadunidenses que transportaram os comandos norte-americanos.
O presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, por sua parte, se enterou dos fatos pela boca de seu homólogo estadunidense, Barack Obama, mas só depois de consumada a operação e de que o cadáver de Bin Laden houvesse sido levado do país.
A declaração oficial de que o Exército local não brindou nenhum tipo de ajuda logística ou operativa às tropas estadunidenses que atacaram a mansão onde se escondia Bin Laden no povoado de Abbottabad, a 60 quilômetros ao norte de Islamabade, serviu para corroborar o dito pela Casa Branca: que se tratou de uma operação totalmente norte-americana em solo paquistanês.
A "profunda preocupação" expressada por Islamabade a Washington, e a tímida advertência de que "essa ação unilateral não autorizada não deve converter-se em norma", confirma além do mais a indefensibilidade do Paquistão frente aos desígnos de seu aliado na luta contra o terrorismo, afirmam analistas.
Por outra parte, a morte de Bin Laden desatou opiniões encontradas na conservadora sociedade paquistanesa.
Muitos a celebram com a esperança de que contribua para dissociar o país islâmico do terrorismo, mas em cidades como Quetta, Peshawar e até na própria Abbottabad já se produziram manifestações contra os Estados Unidos.
De imediato, o Tehrik-e-Taliban Pakistan, um grupo insurgente ao que se lhe atribuem fortes vínculos com a rede Al Qaeda e com os rebeldes afegãos, já prometeu vingar a morte de Bin Laden.
Outro comandante rebelde da zona tribal de Waziristán do Sul anunciou, por su parte, o rompimento da trégua pactada com o governo, em desacordo com o assassinato de Bin Laden em mãos das forças de elite estadunidenses.
(Fund. Lauro de Campos)

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