sábado, 7 de maio de 2011

Pensamentando II

Feios, sujos e malvados




Questões Ideológicas

Flávio Braga
Ter, 19 de Abril de 2011 13:26
Flávio BragaO caso da chacina em Realengo tem causado um choque de opiniões entre os que acreditam que a causa foi a doença mental do assassino e aqueles que apostam na presença da maldade pura e simples. A antiga maldade que pregou Cristo numa cruz e divide o mundo desde sempre entre bons e maus. Se existe alguma unanimidade perniciosa sobre a terra é esse conceito maniqueísta. A justiça mais simples e óbvia sempre será má para alguém. Quando caiu a colônia de Moçambique, os negros correram para as fazendas e enforcaram os portugueses e suas famílias. Eles foram maus? Naquele chão o sangue africano adubava a terra a décadas. Eram maus os portugueses? Os britânicos juram que civilizaram o planeta enquanto matavam adultos e crianças em suas possessões. Não por isso se achavam malvados. O crime de Realengo perto da colonização portuguesa no Brasil foi brincadeira. Mas queremos emprestar algum dinheiro para ajudar Portugal.
Todas as religiões e seus dogmas são amparados no bem e no mal. Seus deuses, indiferente do que aconteça aqui na terra, são sempre bondosos e sabem o que fazem. Para o Diabo ficam as culpas de toda a maldade do mundo. O paganismo era bem menos estúpido e anotava fraquezas e fortalezas de seus deuses. Aliás, à sombra do crime de Realengo está o monoteísmo Islâmico, mal assimilado por um desgraçado, semi-analfabeto e mal-amado, que resolveu vingar-se da própria existência ensanguentando a de seus próximos. A Jihad é então a encarnação definitiva do mal? Em certa medida do confronto internacional entre imperialismos e colonialismos, ela assume tons justos, ou alguém acredita que o Ocidente trate aqueles bárbaros a pão de mel?
A nossa existência sempre me pareceu, e cada vez mais vejo assim, um equilíbrio instável entre as imperfeições do humano e os perigos da técnica. Quando esses dois elementos se juntam e uma boa arma cai nas mãos de um doido, chamem o policial mais próximo.
Flávio Breaga é escritor


(Fund. Lauro de Campos)

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