terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Ordem e Desordem

A ordem e a desordem
em Recortes por Larissa Régia

Ordem e desordem são termos relacionados ao bom e ruim, respectivamente. Mas será que é isso mesmo? Ou podemos gerar uma desordem para gerar uma inovação? A inquietude é a melhor forma de se pensar fora da caixa e criar algo novo. Façamos a desordem!


Estou há tempos tentando buscar uma boa pauta para iniciar o meu primeiro post aqui na Obvious. Então, nos últimos dias de 2012 recebi um email da equipe da Obvious com a bronca para começar o blog (e com razão, já que muitas pessoas querem escrever aqui) ou cancelavam minha conta e eu rapidamente agilizei meus rascunhos. Meu ultimato só me fez lembrar da matéria do Rodrigo Rezende para a Super Interessante em julho do ano passado em que ele demorou dois anos para escrever. Mas no caso tinha a ver com a sua desordem de pensamentos oriunda do seu Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade(TDAH). Eu não tenho nenhum TDAH e muito menos dois anos para escrever meu post, mas faço parte do grupo que tem muita informação e no final do dia nem consegue lembrar tudo que leu. Pois bem, depois de muitos textos iniciados e não finalizados eu venho fazer mais uma reflexão sobre alguns pontos a respeito do tema desordem.

Nosso pensamento tem a tendência de pensar a ordem do ponto de vista bom e a desordem do ponto de vista ruim. Mas isso é um paradigma não aplicado a todos. Tem muita gente que consegue trabalhar melhor as ideias quando as coisas estão em desordem. Se pararmos para pensar, isso é uma negligência com a nossa mente e que acaba atrofiando nossa relação com o pensamento inovador.

É comum querer chegar ao novo trabalho, por exemplo, e encontrar tudo na devida ordem. Querer que as pessoas ao nosso redor sejam perfeitamente normais e que fique tudo em ordem, não é verdade?

Veja bem, a desordem pode ser vista como uma boa forma de se alcançar novas maneiras de pensar, por exemplo, o nosso trabalho cotidiano fazendo relatórios ou construindo esquemas; de pensar as relações sociais com os amigos, o namorado(a), o marido/esposa. Isso tudo nos faz mudar, crescer, inovar. Afinal, quando olhamos para as coisas sempre ordenadas e nos habituamos a não achar um ponto de inquietude nós simplesmente estagnamos no presente.

Que sejamos eternamente crianças no pensar a fim de embaralhar tudo, devidamente, e pensar fora da caixa como o designer espanhol Javier Mariscal que possui um estilo singular em seu trabalho. Ele não abandona a emotividade, as cores, a diversão num desenho reflexo da sua forma pueril de criar.

Não à toa é dele o Cobi (ver animação), um dos mascotes olímpicos que rompeu com o padrão estético até então e em seguida se tornou bastante popular nas Olímpiadas de Barcelona em 1992. São deles as ilustrações e imagens que apareceram nesse post.

Já por um outra ótica, no sentido do resultado ser uma desconstrução e não um ordenamento, tem o trabalho abaixo chamado Visual Dictatorship do artista de graffiti Kidult que usa um extintor para deixar seu ponto de vista marcado nas ruas. Em seu projeto ele gera uma desordem urbana para deixar sua verdade, o seu ponto de vista contra a ditadura das marcas na sociedade atual. Sem entrar no mérito de ser bom ou não, é possível encontrar a desordem urbana que implica num stress mental para os que são impactados por suas mensagens perturbadoras. Segue o vídeo para você entender melhor.

Um perfume é só um perfume. Uma bolsa é só uma bolsa. Essas são algumas das ideias que o Kidult sugere com seu graffiti. Quando nos deparamos com essa desordem, que obviamente é um caos para o comércio e a cidade, é impossível deixar de refletir sobre suas mensagens oriundas dessa outra maneira de pensar o mundo. Como ele diz em seu site Societies and cities are always evolving and as a graffiti artist, I got to adapt myself to these evolutions of my surroundings. Efficiency is one of the most important traits in a graffiti artist’s skills. It starts from a concern that I have and I send a message to everybody by intellectualizing my reasoning and finding the best spot to be the most efficient. No matter what other people are doing or what is considered “in”, and bring something new, ugly or not.

Nós podemos ou não concordar com suas mensagens e sua abordagem, mas é bom assistir ao vídeo tentando se livrar desses preconceitos em relação ao bom e ruim que temos com essa questão da ordem e desordem.

Espero ter feito você ver a desordem de um jeito diferente. Concorda com a forma positiva de se ver esse conceito? O que acharam dos exemplos?
 
larissa
Artigo da autoria de Larissa Régia.
Se interessa por tecnologia, design e mobilidade do ponto de vista social. Estuda Comunicação Social com habilitação em relações públicas. Nas horas vagas e pagas está na internet ou nos programas da Adobe..
Saiba como fazer parte da obvious.

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