quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Paixão

Poema do fanático Não bebo álcool, não tomo ópio nem éter, Sou o embriagado de ti e por ti. Mil dedos me apontam na rua: Eis o homem que é fanático por uma mulher. Tua ternura e tua crueldade são iguais diante de mim Porque eu amo tudo o que vem de ti. Amo-te na tua miséria e na tua glória E te amaria mais ainda se sofresses muito mais. Caíste em fogo na minha vida de rebelado. Sou insensível ao tempo - porque tu existes. Eu sou fanático da tua pessoa, Da tua graça, do teu espírito, do aparelhamento da tua vida. Eu quisera formar uma unidade contigo E me extinguir violentamente contigo na febre da minha, da tua, da nossa poesia. Murilo Mendes (1901-1975) (Poemblog)

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