Cassini detecta miniatura do Nilo numa lua de Saturno
Os cientistas deduziram que o rio está cheio de líquido
2012-12-17
Falhas podem levar à abertura de bacias <br> (Imagem: NASA/JPL–Caltech/ASI)
A missão internacional Cassini detectou o que parece ser uma versão extraterrestre em miniatura do rio Nilo: o vale de um rio na lua de Saturno, Titã, que se estende por mais de 400 quilómetros, da nascente até um mar grande. É a primeira vez que imagens revelaram um sistema de rio com esta dimensão, com uma resolução tão alta, num lugar fora da Terra.
Os cientistas deduziram que o rio está cheio de líquido, porque parece escuro, ao longo da sua extensão total, na imagem de radar de alta resolução, o que indica uma superfície lisa. "Embora existam alguns curtos, meandros locais, a linearidade relativa do vale do rio sugere que segue o rasto de pelo menos uma falha, semelhante a outros grandes rios que correm para a margem sul deste mesmo mar de Titã", disse Jani Radebaugh, membro da equipa de radar da Cassini, na Brigham Young University, EUA.
"Tais falhas – fracturas na rocha de Titã – podem não implicar tectónica de placas, como acontece na Terra, mas ainda assim podem levar à abertura de bacias e, talvez, à formação de mares gigantes", continuou.
Titã é o único mundo que conhecemos que tem líquido estável na sua superfície. Enquanto na Terra temos o ciclo da água, em Titã ocorre um ciclo equivalente, envolvendo hidrocarbonetos, como o etano e o metano.
Imagens de luz visível das câmaras da Cassini, no final de 2010, revelaram regiões que escureceram após chuvas recentes. O espectrómetro de mapeamento visual e de infravermelhos confirmou, em 2008, a presença de etano líquido num lago no hemisfério sul de Titã, conhecido como Ontario Lacus.
"A imagem de radar deste rio fornece outra foto fantástica de um mundo em movimento, que foi sugerido a partir das imagens de canais e valas visto pela sonda Huygens da ESA enquanto descia à superfície da Lua em 2005", referiu Nicolas Altobelli, cientista de projecto para a Cassini.
A Cassini foi projectada, desenvolvida e montada no JPL. O radar foi construído pelo JPL e pela ASI, em cooperação com membros da equipe dos EUA e de vários países europeus.
(Ciencia hoje)
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