Desmond Tutu

Jetro Fagundes – Bispo dos mais genuínos: um cordel para Desmond Tutu




Desmond Tutu e Mandela.

Por Jetro Fagundes(*), especial para sua coluna no QTMD?

Um homem sul africano
Herói dos Direitos Humanos
é um cidadão internacional
pois com ações pacifistas
combateu segregacionistas
do seu país natal

Bispo da Igreja Anglicana
lá na terra sul africana
sem ter medo de morrer
combateu o tenebroso
Apartheid criminoso
há décadas no poder

Genuíno protestante
um legítimo atuante
nem de longe se ajoelhou
ao anti cristão racismo
imoral segregacionismo
que tantos males causou

Tempo dos mais levianos
Desmond Tutu Anglicano
sujeito de determinação
fez o púlpito, sua tribuna,
virar esteio, mestra coluna
contra a segregação

Desmond Tutu, profético
foi no debate dialético
de uma importância vital
para o fim do tal regime
notabilizado por crimes
contra o direito social

Nos mais variados lugares
cinemas, coletivos, bares
havia a separação
entre brancos, a minoria
e negros, grande maioria
na sul africana nação

E o negro sul africano
parecia ser sub humano
pela tanta discriminação.
No cúmulo do preconceito
nem sequer tinha direito
de livre circulação

Sem direito à liberdade
imposta pela covarde
racial segregação
o negro mais parecia
viver no seu dia a dia
em campo de concentração

Desmont Tutu sai à luta
relatando a vil conduta
de racistas governamentais
até porque tais racistas
com perfil nazi fascistas
iam às Igrejas, Catedrais

Ele com muita ousadia
denuncia tal covardia
na Corte Internacional
e usa todos os recursos
para falar dos abusos
do apartheid social

Companheiro de Mandela
a partir da sua capela
o profeta ousa falar
e com isso cai na graça
dos guetos, ruas, praças
do movimento popular

Organizador de protestos
faz mil e um manifestos
contras racistas amorais
comparando esses racistas
à stalinistas e nazistas:
Criminosos internacionais

Tutu a todos os momentos
denuncia aos quatro ventos
a segregação vilã
no tempo real faz História
em Joanesburgo, Pretória
Cidade do Cabo, Durban

Faz História andarilhando
protestando, denunciando
o preconceito no seu país
Com sua alma guerrilheira
rompe barreiras, fronteiras
sem medo de ser feliz

E por ter tanto lutado
ele um dia é laureado
com um prêmio sem igual
Nobel dado aos Valentes
que lutam heroicamente
pela Paz Internacional

Quando Nelson Mandela
é libertado da sua cela
o herói da negra cor
sai às ruas comemorando
pulando, lindo dançando
junto ao povo lutador

Desmond Tutu sorridente
vive ainda, literalmente
e se querem saber…
homem assim é eterno
pois combateu o inferno
apartheid, branco poder

Defensor da Liberdade
e da racial igualdade
honrou a pastoral missão
Optou pelo marginalizado
seu povo tão discriminado
fez-se profeta cidadão

Profeta presente, vivo
foi dos mais decisivos
contra o apartheid social
e para que a democracia
pudesse ter vida um dia
no seu país natal

Verdadeiro Bispo ousado
não ficou acomodado
no púlpito, no altar
sem largar o oratório
nem ligou pros falatórios
foi pra rua protestar

Defensor das negras raízes
mereceu em vários países
honrarias internacionais
dadas pelas Universidades
por defender a Liberdade
a Justiça, o Povo, a Paz…

Sem ser anti semita
ele disse que sionistas
são no modo de atuação
parecidos aos fascistas
pelas práticas racistas
no desprezo ao cidadão

Apesar de ser cativante
Tutu das ações marcantes
fala o que tem pra dizer
pois ele como libertário
diz o que for necessário
para abalar vil poder

Bispo do bem, da verdade
que fala com serenidade
sem nunca esbravejar
é amigo das periferias
das cantigas, cantorias
do movimento popular

Respeitado mundialmente
queridíssimo da sua gente
Desmond Tutu é imortal
pois com a alma de menino
Bispo dos mais genuínos
combateu o poder do mal

Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara

E viva Madiba Mandela!

*Jetro Fagundes é cordelista. Nasceu e mora na Ilha de Marajó (Pará). Vende nas ruas o mais popular dos alimentos dessa região, a farinha, o que lhe rendeu o título de Farinheiro Marajoara.  É autor de um livro de poemas , chamado “Jesus, o Cristo Libertador”, onde busca apresentar um Jesus histórico. Colabora com o “Quem tem medo da democracia?”, onde mantém a coluna: “Ventos do Marajó“