segunda-feira, 25 de junho de 2012

Amor

O Amor no Mundo Contemporâneo por Margarete MS em 12 de jun de 2012 às 01:03 As ligações entre as pessoas se tornam empobrecidas quando as convenções e a superficialidade dos contatos estabelecem relações impessoais e impedem o autêntico encontro amoroso. René Magrite - Os Amantes.jpg Os amantes de René Magritte Na sociedade contemporânea, fala-se e escreve-se muito sobre sexo e quase nada sobre o amor. Talvez seja pelo fato de que o amor, sendo um enigma, não se deixa decifrar, repelindo toda tentativa de classificação ou definição. Por isso, a poesia, campo mítico por excelência, encontra na metáfora a compreensão melhor do amor. Efetivamente, a literatura nunca deixou de falar do amor. Talvez o vazio conceitual se deva à dificuldadede de expressão do amor no mundo contemporâneo. O desenvolvimento dos centros urbanos criou o fenômeno da "multidão solitária": as pessoas estão lado a lado, mas suas relações são de contiguidade, seus contatos dificilmente se aprofundam, sendo raro o encontro verdadeiro. Talvez o falar muito sobre sexo seja uma tentativa de camuflar a impessoalidade fundamental dessas relações, na medida em que o contato físico simula o encontro. No entanto, não só as relações entre duas pessoas (na clássica relação amorosa) se acham empobrecidas. O afrouxamento dos laços familiares - não importa aqui analisar as causas nem preocupar a validade da situação - lançou as pessoas num mundo onde elas contam apenas consigo mesmas. Ainda que sejam válidas as críticas ao autoritarismo da família, esta ainda é o lugar da possibilidade do afeto. Ou, pelo menos, o sair dela não é garantia de ter o vazio de amor preenchido. Além disso, o trabalho na sociedade capitalista, estimulado pela competição e pelo individualismo, exige um ritmo exaustivo, mesmo para os que têm melhores chances, e mergulha a maior parte das pessoas no trabalho alienado, rotineiro, repetitivo, de onde é impossível extrair algum prazer ou estabelecer vínculos. Do ponto de vista da política, a situação também não é das mais reconfortantes. Se considerarmos que todo regime autoritário subsiste em função da força e da opressão, o ambiente que daí decorre é de medo e ódio. *** Os trechos acima foram retirados do livro “Filosofando - Introdução à Filosofia” de Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins, Editora Moderna, 2002, p. 322. Leia mais: http://lounge.obviousmag.org/esconderijo/2012/06/o-amor-no-mundo-contemporaneo.html#ixzz1xcl9IRWr (Obvious)

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